[escrita
em um dia qualquer de outubro]
Foi
bom vê-la dando aquele riso solto outra vez. Fazia tempo que teus olhos grandes
te impediam de enxergar todas as cores que o mundo te oferece lá fora e eu
sempre achei isso um desperdício. Tudo bem. Prefiro sim que às vezes a solidão
das cores frias te impeça de sofrer. mas convenhamos, que até solidão e dor
ficam mais bonita quando se sorri.
sei
também o quanto isso é difícil para você. Tantas lutas, tantas pressões, e uma
sensação estranha de querer sumir de si e não pertencer a lugar nenhum. E ainda
ter que suportar todo aquele barulho, acordar, sair sem o café, trabalhar,
estudar, voltar pra casa, dormir, acordar, fazer café... mas ainda há esperança
e você sabe. há sempre uma chance, e aquela pontinha de esperança em todos
esses teus silêncios. Mas não esqueça, nunca perca a fé, custe o que custar.
Aproveite as manhãs frias da última semana de mais um mês seu que chega ao fim,
Ester. Receba-o como um presente generoso de alguém que deseja que você seja
feliz até nos fins de tardes vazias de inverno. Vista polainas e cachecol
quando for a rua. Os dias têm sido frios aqui fora. E espero que continue
cuidando do seu coração...
Com
carinho,
Amador.
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