Ele sempre teve os pretextos
na ponta da língua!
Conversava sobre
tudo... às vezes até incomodava com tanta falação.
E ela, vez ou outra percebia
que ele sorria.
Sorria pouco. Ou talvez
fosse ela que não sabia ver.
O moço que gostava de
bandolins e queria tocar violino, se aproximou dela em um dia que as pessoas coversavam
sobre coração partido e casamento.
E ela, sempre lá com
suas desconfianças, o recebeu com 4 pedras na mão e uma no bolso! Só pra
garantir...
Ele carregava uns
mistérios e ela sentia coisas demais.
E entre tantas coisas
que ela não acreditava, ele tentava se explicar.
E assim, arriscando,
ele mostrou que as pessoas ainda escrevem nomes na areia.
E que não pode ser tão
ruim cantar 'Pelados em Santos' num videokê.
Mostrou que nada é como
aparenta ser. E que algumas pessoas carregam por dentro um coração sereno...
Ele acreditou no dela.
Entrou com tudo, e
mostrou que ter uma mão pra segurar, deixa as outras duas numa vida mais leve.
E que respirar, pode
evitar brigas!
não é preciso
partituras pra tocar: dá pra fazer isso numa praia, com um violão emprestado do
moço no calçadão.
Ensinou que ela nem
sempre terá razão.
E que é preciso saber
ceder.
E ela, que se achava
complexa demais, e que ele não a entendia, veio descobrir que talvez, ninguém
tenha entendido tanto.
Logo ele que foi sempre
tão cheio de si... Ela teve medo.
E foi por medo que ela
brigava tanto: pra se proteger...
E se protegendo, se
esqueceu de dizer que gostava um tanto dele!
Bem... esqueceu ou vai
ver, preferiu mesmo nem dizer.
Sempre pra se proteger...
Mas não era dele. Sem dúvida
ele não lhe faria nenhum mal.
Mas dela... e de todas
as coisas que ouviu.
(A.Gouveia)