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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Ah, seu moço.

- O que está acontecendo?
- Não sei. Só sei que o coração se permitiu doer um pouco, apesar de não existir mais a mágoa.
-  Ainda bem. Mágoa é um sentimento que não é bom, sabia?
- Não. Não sabia. Na verdade nunca soube muito bem o que é bom ou ruim. Nem nunca soube como dizer o que algumas vezes era preciso, nem nunca soube me conter quando era melhor parar.
Acho que andei desaprendendo muita coisa...
- Mas olhe por outro lado, quantas outras você aprendeu! Queria tanto que você aprendesse que o amor ainda pode ser bom.
- Eu sei que ele é. Mas ultimamente ele tem me feito sofrer um pouco. Mas não culpo apenas ele. É minha culpa também, é que por descuido ainda não aprendi a olhar para os lados...  


# Continua...

(A.Gouveia)

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Sobre falhas, faltas, e todo o resto.

A razão pra eu te tornar um texto é porque você não é perfeita. Você é imperfeita assim como eu. Todas as pessoas são cheias de imperfeições, até mesmo o moço do lado de fora da minha casa que solta bitucas de cigarro no chão. Quando era criança eu queria ser qualquer pessoa, menos eu. A Dona Filó disse que se eu morasse só então eu teria que me acostumar com a minha própria companhia. Ela disse que eu teria que aceitar a mim mesmo, minhas falhas, faltas, e todo o resto. E falou que todas as pessoas têm defeitos, eles são parte de nós e nós temos que aprender a viver com eles e a mudá-los. Mas nós podemos escolher os lugares que estaremos, nossas companhias e eu fico feliz por ter escolhido você. A Dona Filó também diz que a gente vai se acostumando, e se permitindo errar e aos poucos vamos nos perdendo, esquecendo onde deveríamos ir. E que a vida é parecida com novela das 21h, cheia de drama, lágrimas, risos e impasses. Sua novela é como a minha, mas provavelmente sem tantos sem tantos impasses e risos. Com esperança e fé, um dia nossas novelas vão se encontrar, é nós poderemos dividir uma lata de leite condensado, conversar bobagens e morrer de rir. Você tem sido minha melhor companhia. Você é minha única companhia.
E eu te agradeço por isso.

- Anderson Gouveia

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Eu precisava sentir isso.

Perceber o quanto algumas coisas e pessoas servem de aprendizado, e acabam massageando o ego por brincadeira (passatempo); por não saberem sentir o que nos fazem acreditar com palavras enfeitadas, porém, vazias.
Sorrisos ao vento e sem cor, como fotografia em preto e branco.

(A.Gouveia)

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Mais do mesmo.

...Hoje o sol resolveu aparecer ...
E o Abril antes tão triste, fica mais bonito num Maio com tanta luz e tanto azul no céu.
Ah, Maio! Sempre tão forte em suas mudanças, sua clareza, e suas decisões...
Alternando entre sol e chuva, sem pedir licença quando quer chegar.
Dia desses (e foi 27) tentei escrever e não consegui. Queria falar sobre Abril, sobre a alegria do inverno que está por vir e desejar felicidades pelo projeto de alguém especial.
Comecei, mas não consegui terminar.
Esse 27 me fez parar pra pensar em como tudo mudou desde aquele 27 de Abril de 2011...
Anos se passaram e tudo ainda continua se ajustando... o trabalho, o curso, a casa, os amigos, as pessoas, os caminhos.
Às vezes me sinto um pouco só, outras me perco, mas dizem que buscar maturidade é assim mesmo: um tanto quanto complicado demais...
E lembro que todas as coisas que um dia imaginei a dois com aquela moça ficou aqui em casa, e está vivo por dentro. E posso confessar, agora eles são meus planos...
E sou bem mais feliz assim.

 Na verdade, eu até aceito essas mudanças, mas que permaneçam os amigos, o sorriso da mãe, a casa com cara de casa, e o meu cantinho pra fugir se o dia for grande ou pesado demais, e que esse ombro forte pra lamentar, e repousar nunca se perca... O engraçado é que se eu pudesse mudar tudo que me aconteceu, eu não mudaria. Só pra te dizer que tudo sempre fica bem. Assim como ficou comigo. Onde tudo ficou em seu devido lugar, erguido, mostrando a força que tenho.
Quero te ver sorrindo, daquele jeito, igualzinho a última vez.

Gosto do inverno que está por vir... As coisas sempre ficam mais claras.
A chuva lava a alma, e refresca a vida.
Gosto da companhia que sorriu comigo dia 27...
Gosto do dia 27.
Gosto da maneira que ele veio e mais ainda, pela maneira em que permaneceu na minha vida.
Gosto das cores dele, das conversas pela madrugada (sobre nós, e nossa vida complicada.), dos cheiros que colecionei, das sms, dos cafés e dos chás, das aventuras que queres ter, dos chocolates, dos novos planos! Espero que tenhas se sentido bem após essa nossa última conversa, apesar de que eu tenha brincado um pouco, contado minhas histórias, e enchido com meus conselhos.
É que eu queria te fazer companhia, quis estar juntinho estando longe, e te arrancar sorriso numa simplicidade só...
Queria ter dito muito mais, ter dito que aprendi muita coisa nesse tempo.
Readaptação foi a coisa que mais precisei aprender.
E acredite, a gente aprender a se refazer, a se permitir, e a ser quem a gente realmente é.

Nem sei se ela lerá esse texto (acho que você não costuma passar por aqui com frequência. Talvez venha quando aviso ou peço e não sei se vou avisar ou pedir dessa vez), mas caso leia, saberá pelo 27 que essas palavras todas são dela.

Xauzin, Pequena!!!!
Que cada dia seja uma oportunidade para recomeçar, um aprendizado, um sorriso, uma alegria, e meia tristeza pra te manter em equilíbrio...

(A.Gouveia)

sábado, 4 de maio de 2013

Ensaio sobre ela.

      Foi bom vê-la sorrir sentada. Oito mesas, três malas, dois gatos, seis quiosques, vinte e oito pessoas, trinta e quatro lágrimas (17 pares de olhos vivendo uma mesma alegria), um senhor falando de sua mocidade, três pardais, quatro pombos e provavelmente milhares de formigas nos separam. Com o tempo, vejo que o copo segurado lindamente pelos seus dedos ainda trêmulos ficou ali, talvez fosse água: a transparência refletia o sol somado ao calor, e o vento leve confirma. Contemplo seu jeito calado, olhos negros e grandes, dá um ar de estar sempre em atenção, ou de intelectualidade. Sinto-me em Paris. Que bobagem a minha! Como se o lugar nos tornasse mais inteligentes ou atenciosos. Parece ser o décimo segundo suspiro fundo do seu dia. Quando uma mulher suspira fundo ou fica em silêncio, ela não está simplesmente suspirando fundo ou em silêncio, mas pensando na vida, naquele amor que não deu certo, naquela coisa que chegou e aconteceu antes da hora, ou pior: no que sua família e no que as pessoas iriam achar. Suspiro e silêncio se confundem dentro de uma mulher, são coisas complicadas de sentir, o passado aparecendo como um comercial entre a novela das 21h do coração. Autor: suspiro! Ator coadjuvante: silêncio! Atriz principal: ela! Daqui, do outro lado da rua, admiro essa linda moça, sem suspiro, sem silêncio, sem tristeza, sem alguém ao lado para perguntar como foi o meu dia.
E saiba que ainda guardo teu sorriso acanhado escondido na palma da mão.


(A.Gouveia)

quinta-feira, 2 de maio de 2013

E assim vem chegando meu inverno.

Decidi te escrever pra contar que tudo está indo bem, obrigado. 
Tem chovido bastante de dar gosto, diferente das tardes de céu clarinho por aí. 
Como vão as coisas? Tem sido um aprendizado a cada dia, uma surpresa, um jeito de suportar de cabeça erguida as realidades quase incompreensíveis que carrego.
Lembrei hoje, ao entardecer, do dia em que você disse que seu coração estava bem, e que foi aí que percebi que eu ainda ia me doer muito, até eu me reencontrar... tem doído sim, de verdade.
E o engraçado é que a gente sempre acha que não vai suportar, mas aí derrama algumas lágrimas em silêncio e logo depois, reaprende a sorrir.  
O que me alivia é que vem chegando o inverno. O outono deste ano foi bem diferente, você não acha? Um tanto quente, um bocado chuvoso, uma agonia, uma ansiedade, um desespero vez em quando. Dizem que tem uma Sibipiruna com folhas pequenas de cor amarelo-esverdeado toda bonita em uma praça daí, mas ainda não fui lá ver. Não sei o que tenho feito com o meu tempo...
Às vezes acho que não tenho gasto ele bem. Não tenho saído para observar as pessoas, nem conhecido novos lugares, ou ouvido a orquestra tocar no teatro do parque...
Tenho tocado pouco, pintado pouco, sorrido pouco, escrito pouco, fotografado menos ainda.
As únicas coisas que tenho feito em excesso, são sentir e ler. Alterno uns dois livros por semana.
Parei um pouco com o Carpinejar e Clarisse (embora sempre me depare com frases dos dois que contam minha vida nos mínimos detalhes), e tenho experimentado novos blogs escritos com outros sentimentos e acredite: tenho me surpreendido bastante. 

Talvez seja  isso sabe?  A vida tem me surpreendido bastante.
E o que posso dizer é que esses dias tenho sido só saudade.
Dos amigos, dos sorrisos, das tardes de sábado, das conversas e de você. 

Porque estar só pesa às vezes e as nossas escolhas, fazem com que a gente precise viver vez em quando, no mais longo silêncio...
E apesar de tudo, eu não sinto rancor.
Sinto outra coisa, e prometo te dizer em outra conversa.
Mas confesso que de antemão queria te dar outro abraço e um beijo na testa.
Ah, eu tenho seguido em frente e observado crescer um grande amor por mim mesmo, aquele que você sempre disse que queria ver crescer, lembra?
Eu tô seguindo teus conselhos, eu tô sossegado hoje e desejo que essa calmaria chegue aí, num sopro de vento, abrindo a tua janela.



Cuide-se sempre.
Que em breve a gente se vê e te faço sorrir.
Com carinho,

(A.Gouveia)