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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Instantes

Observei o céu nublado e caminhei com passos lentos sentindo a chuva tocar cada pedacinho de pele que o vento gelado arrepiava ao mesmo tempo em que um arco-íris, a algumas ruas dali, tentava, acanhado e cuidadosamente , abraçar a cidade.

Esse instante fez a diferença no meu dia.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Meu sempre não é todo dia.

Eu não estava chorando, só sem vontade de sorrir. É que acho perfeito o silêncio, sabe? Manhãs de Domingo, e madrugadas inteiras escrevendo sobre saudade, e de como ando organizando os meus dias. Pra não dizer que as coisas não mudaram, confesso que deixei partir seu último sorriso bobo que estava guardado por aqui. O vento anda forte este mês, então não vai ser difícil soprá-lo pra longe. É que já faz um tempo que ando mudando a mobília aqui dentro, meu coração já tem um lugar pra ficar e um bom motivo pra sorrir.

domingo, 9 de setembro de 2012

2° Dia

E quando te vi, sozinha e sentada bem alí na escada abraçando os joelhos, eu tive a certeza de que nunca mais assistiria sozinho um pôr do sol.
Quis sentar um pouco, contar que estava quase amanhecendo lá fora, dizer que estava alí porque fiquei te observando a noite toda, e que descobri há uma semana e meia que seu sorriso é o mais lindo que já vi. Tentei contar que naquele sábado do acampamento, eu corri até o seu ponto de ônibus porque não devia ter te deixado ir embora sozinha, mas você já não estava lá.
Quis dizer que ninguém deve andar sozinho por aí, que hoje em dia é raro alguém deixar o coração um pouco aberto ou uma fresta sequer de janela aberta; que ainda existe alguém com sorriso bobo e sincero por aqui, que poucos lêem Caio F. Abreu com aquele amor; que nenhuma ligação ou sms às 3 da manhã foi em vão; que ninguém mais tem sorriso tão doce quanto o seu e por isso tive certeza de que era você.
Mas aí choveu. a gente não pôde dançar aquela música, e você acabou partindo sem se despedir. Claro que a gente entendeu. Que lá de cima, a vida é bem mais bonita do que daqui debaixo. Eu sei que não é fácil carregar bons sentimentos quando se tem um coração arranhado e dolorido ...
Eu entendi assim que olhei pra você... Que quando tentasse conversar já seria primavera, e você não estaria me esperando. Não estaria me vendo com os mesmos olhos... Muito menos com o mesmo coração.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

As miudezas que ela carrega

É que vez enquando ela esquece que tem olhos verdes clarinhos e bem apertados, e que algumas vezes chora por miudezas que machucam seu coração.
Talvez, algum dia ela pense em fugir, com os cabelos soltos ao vento, o braço escorado na janela do seu quarto e uma mão descansando na cintura, e olhar firme no horizonte. Se imagine do outro lado do Atlântico sul, quem sabe? Não se sabe. Mas, no momento o que ela quer é tomar uma ducha quente e adormecer sem medo de sorrir. Ela quer acordar cedinho e poder dizer que gosta de Viver. E acredite, ela pode até ouvir suas canções românticas, usar suas palavrinhas repetitivas, sentir pontadinhas de medo e saudades, e depois continuar. Porque eu sei que ela pode ser ela mesma.

Acabo respondendo sobre você...

Ando repetindo a mesma música centenas de vezes todos os dias. As horas se arrastam, chega a parecer que não quer passar. E esse é mais um final de semana que termina assim, sem cor, parado, e vazio. Distante e sem muita utilidade como os inúmeros controles remotos que estão espalhados pelo chão da casa. E mais uma vez, distante e sem muita utilidade. Nenhum me levará para onde o meu pensamento já foi há muito tempo.
Nenhum é capaz de mudar a freqüência
dos pensamentos que se perderam assim que eu perdi o controle de tudo.
Me perguntam sobre manias estranhas, eu respondo sobre você, sobre os sorrisos, sobre as conversas, sobre as vontades. Sobre a distancia, sobre o querer, sobre os planos, sobre a ausência.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Passeio da Boa vista

... Mas hoje, o que eu queria mesmo, [além de um brigadeiro delicioso e bem calórico],era entender o que a chuva tentou me dizer no começo da manhã, quando resolveu molhar meu braço e me arrancar um intenso arrepio pelo corpo.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

1° dia

Assim que amanheceu percebi que o dia seria chuvoso. E por mais que a gente estiasse o coração, ficaria uma fé miudinha de tão boba, que faria enxergar tempo bom e desenhos nas nuvens. Mas acontece que meus 20 anos já se foram a um bom tempo. E acho que quando a gente ganha idade, as lágrimas começam a desaparecer, e as tristezas precisam ser como aqueles gladiadores muito fortes pra derrubar e fazer perder a vontade de sorrir e seguir... Em frente, acima de tudo.
Porque ninguém vai lhe comprar uma capa de chuva enquanto há tempestade lá fora.
E ninguém vai saltar no andar da carruagem pra lhe ensinar o caminho de volta.
Você pode até oferecer sobremesas pras visitas, pintar as paredes com cores mais leves, decorar o jardim com orquídeas e girassóis...
Pode tirar a carta de habilitação pra tentar guiar a vida de um jeito melhor, e deixar a janela aberta durante as noites e ficar esperando que caia uma estrela cadente no quintal.
Acontece que algumas coisas (talvez muitas delas) precisam de tempo.
Feridas não se curam do dia pra noite. Esperanças não nascem em olhos que estão cansados de enxergar o óbvio...
E  já houve enchente demais no meu inverno. Deve de ser agora a hora certa do sol fazer voltar a sorrir.