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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Esse é sem título.

“Houve um tempo, querida, em que você ainda mexia com ele, pouco, mas mexia. Hoje, nada mais em ti o afeta, você é apenas mais alguém que preenche o ambiente e causa barulho, gasta oxigênio, transmite calor. Apenas mais alguém que aos olhos são paredes em branco. E isso te dói muito, eu sei. Mas é isso, do mesmo jeito que você ama Raimundo cegamente, ele ama Maria também. E Maria? Maria é burra.”

— D. Melo

Obrigado, Menina.

Eu andei sorrindo, seu Moço.

É bom escrever pra você, Amador. Mesmo que não entenda a vontade de escrever para alguém que não se vê mais e de quem some deixando resquícios de notícias. Mas suaviza. Torna a respiração mais leve e deixa o coração num compasso mais delicado. Deixa os dias mais claros e ameniza a espera por outra primavera. Esse outono foi longo demais, não foi? Houveram dias em que pensei que seria pra sempre assim e que a gente nunca mais conseguiria ver beija-flores, nem sentiria a chuva tocar a pele com toda aquela sensação de quem sente a alma ser lavada, nem as manhãs de domingo e o seu entardecer. Porque são por demais melancólicos, lembram fotografias antigas os domingos de outono. Mas existe algo bom nesses dias tristes e é a mesma coisa boa que a gente vê na solidão, na dor ou quando o desejo cala. E você mais uma vez tentaria mostrar que não existe sequer uma coisa boa nisso, mas te responderia que há sim, e que eu chamaria “adultamente” de maturidade. Nós crescemos e aprendemos, porque precisamos nos encontrar de alguma forma quando estamos só. Então sofremos. Dói um pouco. Alivia. Desaparece. E é aí que aprendemos a enxergar com os olhos de dentro. Criamos constantes. Simulamos probabilidades. A gente respira. Pensa. E vê que a vida ainda pode ser doce mesmo quando tudo insiste em ser melancolia.

Não me tranco em casa nem quando é inverno, você bem sabe. Gosto de ver pessoas e de observar a rua, ambos em seus entardeceres. Penso que algumas delas (falo apenas das pessoas desta vez), a maioria deixa passar despercebido. Não consigo culpá-las, sabe. No mais, viver é isso, não é? Uma montoeira de coisas desconhecidas, passando rapidamente diante dos olhos, o tempo todo, e ficamos sem conseguir agarrá-las. Não quero que seja assim pra sempre, Amador. Sempre deixei claro, e combinamos em meio as nossas conversas que seria diferente, apesar de. E confesso que eu prometi (cheia das minhas convicções), que seria. Por isso ando economizando palavras, aparições, sentimentos, um sorriso aqui, outro ali,. Pra que eu saiba sentir quando chegar a hora. E vou ver você durante esse inverno. Esse inverno. Daí, se quiser, pode vir comigo pelas outras estações, que já sei de cór, escala e cor definidas pra passear por elas. Sim Amador. Eu sei que não é tão simples. Mas a gente andou aprendendo a caminhar só.. E aos poucos tudo vai se ajeitando. E eu acredito cheia de uma esperancinha tímida de tão boba, como essa paz que tenho em lhe escrever. Em breve a gente se vê, seu moço.

A.Gouveia

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Uma carta para Ester.

Junho de 2013.

Acho que você não se deu conta que seu outono andou chovendo mais que o normal.
Andou molhando o chão, corações, e você; [que silenciosamente] se deparou com todas aquelas expectativas que ficaram guardadinhas na estação passada. Eu sei que você andou se esforçando bastante pra que tudo pudesse ter sido diferente e chegou realmente a crer que pudesse ser...
Mas aí deu nisso... Acabou juntando dores, mágoas.
Sem perceber ficou vendo a vida passar pela fresta da janela, outras vezes vendo da varanda a vida lá fora como se fosse filme.
Eu sei que viver nunca será fácil.
Às vezes dói. Eu sei...
Não sentir que o coração está bem te corrói.
Às vezes a aflição te guarda, outras vezes tu é quem guarda as aflições.
Que a frieza, ela te recompõe.
Mas presta atenção no que vou te falar! Sexta-feira a estação vai mudar e o ciclo estará pronto pra recomeçar, apenas se assim você consentir... e deixo escapar que não queria que você consentisse.
Ao menos dessa vez. E que extraísse bem lá do fundo do coração, uma força de reinício.
E que fosse feliz. 
Mas bem feliz meeesmo!  
[Rodeada pelos clichês do "custe o que custar" e do “Seja o que Deus quiser”].
Que saísse um pouco mais de casa. Que participasse mais da vida.
Que tivesse mais amor [próprio dessa vez].
Eu volto quando for verão, Ester.
Até lá, aqueça as mãos. E congele esses lamentos, como pequenos torrões de açúcar.
Quero ver você sorrindo da próxima vez...

 
Com esperança,
Amador.

A.Gouveia

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Reticências

Senti sua falta o dia todo!
Dessas ausências que insistem em doer, e acabei me dando conta que não sentia esse tipo de coisa a bastante tempo. Às vezes você precisa sumir um pouco e eu entendo.
Aí desejei tanto que dessa vez fosse um pouco diferente!
Mas a única coisa que consegui dizer foi que comigo as coisas estavam indo bem.
Porque você já estava pensativa demais pra eu ficar também.
E a gente bem combinou que qualquer dia desses nos veríamos. .
E que nos dias ruins nos quais fosse preciso concertar o coração, eu mandaria todos os sorrisos do mundo via blogspot ou pelos correios.
Pra que você melhorasse.
Esta manhã eu descobri que gosto um tanto de você. De verdade.
Porque apesar dos dias tristes ou dos suspiros à tardinha, e desses que dou agora enquanto escrevo, você me faz bem.
Durante as conversas bobagens você me aproxima do que sou de verdade e me faz pensar no que poderíamos ser.
Não tive tempo pra contar da falta que tu fez.
Ou da vontade que tive de fazer o tempo voltar, e te ver sentada ali pertinho.
Não disse também que torço muito pra que você seja feliz. Devia ter dito, não é?
Você fez as coisas parecerem tão mais simples desejando isso pra mim!
Então, o que me resta é enviar por aqui todos os meus melhores sorrisos pra você.
Porque já tá meio tarde pra enviar pelos Correios e ando sem tempo livre durante a semana, além do mais, aqui tudo é distante.
E não fique preocupada caso eu fique sem sorriso, já que enviei todos eles pra você.
Nem se sinta culpada se eu não sorrir amanhã, e nem depois...
É só eu viver mais uma daquelas minhas histórias engraçadas que acabo encontrando outros sorrisos por aí. E tenho certeza que você precisava mais deles do que eu, já que me acostumei a ficar meio tristonho de vez em quando.
Mas te ver sem sorrir é quase um pecado pra mim. Desses que entristeceria até Deus.
Então dê um sorriso, fique bem feliz!
Hoje eu queria ser bem profissional, pra roubar tudo que deixa triste, tudo que te machuca.
Mas não sou.
A única coisa que consigo fazer é estar presente, e te ouvir.
E mentir vez em quando omitindo a vontade que tive de te beijar àquele dia.
Só pra você acreditar que não estive pensando nisso.
Certamente você não pensou nisso. Se pensou, fingiu tão bem quanto eu.
Eu chego já, ou melhor, no tempo certo.
Enquanto isso, receba os meus sorrisos... 
Eles não usarão a porta, mas entrarão pela sua janela e você vai sorrir também.
Tenho certeza que sim.

A.Gouveia

domingo, 9 de junho de 2013

Termina aqui a história que nunca começou. (1)

Alguém sempre dará um jeito de bagunçar seu coração, Menina. Mesmo que isso passe despercebido entre os sorrisos e o “amor” que eles dizem sentir. Sempre te roubarão a leveza, a mania de sorrir com os olhos, e um pouco da paz que tu carregas. Mesmo que não percebam o dano que possam causar a quem só aprendeu [em oração] a pedir perdão [e a perdoar].  Não estarão interessados em saber que sempre chove nos seus planos. Nem perguntar quantas coisas você teve de desistir pra chegar até aí, onde está agora. Não vão tentar saber sobre quantos dragões diários você andou matando. Nem sobre quantos permanecem vivos. Porque você assim consentiu, deixou ficar. Não prestarão atenção nas miudezas que carregas [Pois nessa vida muita gente vive correndo demais ... Sempre urgentes demais] Não saberão do teu amor [por achar, que pelo andar da carruagem, ele deixou de existir]...

A.Gouveia

sábado, 8 de junho de 2013

Na varanda.

Às vezes aquilo era tudo, aquelas noites no Facebook, somadas a sms. Costumávamos conversar sobre tudo sempre tarde, ficava muito tarde e aí mais tarde e aí bem tarde ainda e enfim para a cama com a vista cansada e vermelha de tanto olhar o monitor de tão perto, pertinho, para não perder uma palavra sequer, porque quem iria se importar com o meu cansaço pela manhã durante a aula sem você. Quem mais sentiria falta dos seus sumiços? Quem mais olharia você sem pressa? Eu abriria mão de qualquer dia, todos os dias, por essas longas noites com você, e foi o que eu fiz.

A.Gouveia

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A milhas e milhas de qualquer lugar.

Te vejo sábado! você gritou, como se tivesse acabado de descobrir os dias da semana.
A gente achou que tinha tempo. Eu acenei mas não podia responder, porque finalmente tinha me permitido sorrir tanto quanto eu queria a tarde inteira, a noite inteira, cada segundo de cada minuto com você. Que merda, acho que eu gostava de você. 


(D.H)

quarta-feira, 5 de junho de 2013

É isso!

   
No fundo alguns escritores sonham que àquela pessoa seja apaixonada por ele, assim como é por seus textos. Então já que você vez ou outra aparece por aqui pra tentar diminuir a dor dentro do peito, eu aproveito e digo que...

"Eu gostaria de lhe agradecer pelas inúmeras vezes que você me enxergou melhor do que eu sou. 
Pela sua capacidade de me olhar devagar, já que nessa vida muita gente já me olhou depressa demais".

(Padre Fábio de Melo)


terça-feira, 4 de junho de 2013

Porque apesar de...

Eu nunca quis te magoar. Você sempre foi tão forte, tão cheio de direção e planos, e eu frágil com a minha vidinha complexa demais! E agora ando vendo você aí, triste pelos cantos, juntando suas coisas uma a uma, dizendo que não tem pra onde ir e isso me entristece. Eu também não tenho ideia de onde ir, ando perdida. Sempre estive. Tanto que sempre que inutilmente precisei ficar foram as vezes que tentei fugir de mim a pé. Acontece que me dei conta que te ligava só pra encontrar alguém que me impedisse de fugir pra lugar nenhum. E você sempre usou de firmeza para segurar a minha mão e sempre me disse coisas tão bonitas! Lamento ter te entristecido tanto... mas tem coisas na vida que a gente não escolhe. Acho que vou fazer o que mais soube fazer em minha vida inteira que é sumir um pouco, será melhor para nós. Porque apesar de, eu não saberia de fingir felicidade e sentimento ao seu lado. Minha vida é complexa demais pra você entender. Fica bem, te desejo um amor e um sorriso estampado no rosto. Você não me entenderia nessa, e nem qualquer outra...
(A.Gouveia)