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quinta-feira, 28 de julho de 2011

A cor do amor


Primeiro é o beijo quente, procurado,
A língua procurando a outra e vendo se a boca combina,

Se combina o beijo meio caminho andado.

Depois é a pele se a textura vale
O pêlo com pêlo ou o pêlo com o seu pêlo
Ou os pêlos com meu pêlo Ou o medo.

Depois o cheiro, um procura no outro
O cheiro de colônia ou o cheiro de prazer, o cheiro do amor
E os dois se embriagam.
Qual a cor do amor?Depois a cor, o amor tem cor?
Cada amor tem uma cor (Preto e amarelo), cada beijo tem uma cor
Cor de caramelo doce, cor de madrugada fria
Qual a cor do amor?

(CAZUZA)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

domingo, 17 de julho de 2011

Projeções de um cotidiano subjetivo.



Em agosto se netuno me ajudar não precisaremos de ninguém.
A astrologia diz que eu sou de leão e só de imaginar me dá um aperto no coração.
Não acredito muito nessas coisas, mas ela diz que minha pedra é Âmbar,
Que minha cor é dourada, laranja e que também pode ser amarelo.
Você sabe que eu adoro ser sincero e que preciso ir urgente ao clínico e ao dentista.

Uma amiga disse que tenho uma pose de artista,
Só que eu tenho vários tremores nas mãos.
Quero mostrar ao meu amor um par de alianças
Que retirei do bolso do meu coração. 
E quando penso nisso dou um suspiro e vivo por um instante minha doce ilusão.

Eu sei amor, Na idade em que eu estou sempre aparecem algumas manias, Alguns tiques, Transparentes, transparentes até demais.
Feito protetor solar fator 8 na parte interna da alma.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Em um desses encontros casuais.

                       
De uma coisa eu sei... 
           Não quero mais planejar a nossa vida,
                              O melhor é ser pego de surpresa!





Então é assim.

                             
Pra te amar, antes é preciso saber sonhar.  



quinta-feira, 14 de julho de 2011

Garantia Fundamental do amor.



Daí surge uma regrinha básica para evitar algumas divergências: 
...Faça ao outro a mesma coisa que quer ele faça a você...
LUCAS 6:31


terça-feira, 12 de julho de 2011

Sacudindo Palavras




(...) Essa amarelinha simplesmente falou do meu olhar e da minha cor, disse que a cor era provocante, e que meu olhar é sempre carinhoso e em outros momentos são desconcertantes. 

Eu estava em um daqueles momentos estranhos, vivendo numa rotina contra a banalização dos meus dias. A repetição acontece, mas ela não é todo o problema. Caminhar é simplesmente a repetição dos passos.

O ponto em questão é: para onde todos esses passos nos levarão? Tenho que confessar, desde que te vi a primeira vez, ou melhor, até hoje não aprendi lidar com seu encanto. A verdade é que toda minha vida muda completamente apenas com um pouquinho desse encanto, com algumas manhãs compartilhadas dessa paixão que surgiu. Mas para mudar a vida dessa amarelinha de alguma forma, eu precisaria ser muito diferente. Ser muito mais do que ela sonhou. Mostrar muito mais dedicação, cuidado, e doar muito mais de mim.

Eu sempre lembro de uma frase que escutei num bar em Olinda.
A verdade é que eu nunca concordei e você saberá o motivo pelo qual me fez concordar.

A frase é: "Um homem pode se apaixonar com apenas uma nota. Já a mulher precisa de uma melodia inteira." Sempre achei que era preciso fazer alguma coisa a mais para fazer uma pessoa se apaixonar. Daí ela entrou na minha vida e... BUMMM

Com essa amarelinha eu me apaixono até com o silêncio que ela faz.




O Barquinho voador.




O mundinho quase não cabia em seu pequeno tênis Montreal. Quando criança, achava que Deus era igual ao avô, de cabelo branco e barba, que Deus usava túnica, ajudava a fazer o gol, trazer presentes e abençoar comida. Fingia o sono até o pai silenciar a casa. Com os pés no chão, desaparecia com cuidado de si, mas deixava os dentes rangendo e uma voz de tom grave e bem baixinha que já existia em sua infância. 

O pai e a mãe viviam achando que esse menino falava dormindo. A época era muito boa, cheia de descoberta, e em cada passo era semeado pensamentos, sentimentos e sofrimentos. Mesmo que não existisse a paciência de esperar desabrochar: às vezes ele inundava o pequeno quarto em lágrimas tentando regar bons pensamentos e uma atenção que poderia receber em algum momento de sua vida. Sua paixão era olhar o céu à noite, e durante a noite, existia o futebol dos adultos que só acontecia nesse horário lindo e abençoado pela lua e pelas estrelas. 

Durante bastante tempo até ele mesmo acreditou no futebol dos adultos como motivação. Acreditou na escuridão do céu, nas estrelas, na lua. Quando finalmente ele descobriu a filha do Advogado-Cabelo prateado, nesse exato momento ele não teve dúvidas. Os dentes não mais continuavam desgastando o sono do seu pai e da sua mãe. Foi então que o beijo pintou o rosto dela: no mesmo momento que o Advogado-Cabelo prateado assistia e pressentia o gol que a seleção feminina de futebol sofreria em instantes, como se a intuição dissesse que sua filha acabara de ser menos sua filha e mais namorada do rapaz. 

O Advogado-Cabelo prateado sabia que o amor dela nunca mudaria por ele, era só o sentimento que dizia “minha filha cresceu”. O segredo, as viagens juntos, os encontros próximos ao mapa dos adimplentes do condomínio dela, os passeios de ônibus que eram sigilosos, os estudos que eram pretextos para que eles pudessem se encontrar, fotos escondidas em sites de relacionamentos, e mensagens bloqueadas, vestígios sendo apagados, menos os rostos sorridentes, e desculpas esfarrapadas para a felicidade. É a faculdade pai, está tão bom lá. E a mãe dela ao lado dele fazendo uma expressão de reprovação. O olhar de chateação do Advogado-Cabelo prateado proibia qualquer insinuação da esposa, mas mesmo assim ele ficava calado com o olhar dela. 

Então do celular construíram um barquinho voador e navegavam todas as noites, às vezes o passeio era para que fugissem um pouco da realidade e isso acalmava um pouco a menina, outras vezes pescavam estrelas e sonhos. E o amor em pequeninos textos escorrendo pelo blog e deslizando no ouvido dela. E quando os pensamentos ultrapassavam todas as palavras, ele jamais perdia o raciocínio, sempre pedia carona. 

Às vezes a mulher do Advogado-Cabelo prateado furava o barquinho voador e o fazia de réu. Ela não queria perder a filha para a felicidade e repetia uma frase de Charles Baudelaire que dizia:

"O amor é um crime que não se pode realizar sem cúmplice”. 
Como se ele fosse o forasteiro malvado e quisesse fazê-la sofrer.

O que ela não sabia era que esperar ou admitir esse amor é sempre tão bom quanto cometê-lo.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Olhar de anjo.


Antes de ir embora, eu toquei sua mão como um garotinho que encosta o dedinho de maneira tímida na mãozinha da garotinha, torcendo para que ela não desencostasse. Se ela deixasse, sinal verde. 
A continuação, ainda que totalmente imóvel, era a mais forte declaração de amor.

Ela olhou bem no fundo dos meus olhos e durante aquele momento essa foi sua única frase silenciosa, o toque se tornou o carinho mais apaixonado de todos. E aquele olhar disse com a convicção de quem não tem nada a perder, mas que tem a coragem de querer enfrentar. 


- Eu nunca vou desistir do que ainda não existe. 
(ABST)


quarta-feira, 6 de julho de 2011

A minha mais antiga lembrança.





Ontem antes de dormir pensei em uma pergunta que me fizeram no formspring. O título deste texto foi a pergunta. Eu pensei "Amanhã nem a solidão será capaz de me acompanhar". Decidi contar o motivo pelo qual nunca mais parei de escrever. Ainda tenho muitos dos vários rabiscos em meus cadernos de infância... 


Não parei de escrever porque era onde eu desabafava. Sempre que acabo rabiscar um papel, tenho a ligeira impressão de que aguardo a aprovação da Tia Suelen. É inevitável. Olho para os lados. Ela não vem. Ela nunca mais veio. Ela nunca mais virá. Isso era meu medo e meu prestígio. Algumas vezes tentei escrever para a professora Aléia, que me trouxe muito mais conhecimentos literários em séries mais avançadas, mas não consegui. Eu nunca tive vocação para escritor ou poeta. Eu não sou artista. E não sou cineasta. Hoje eu sou só alguém que aguarda os olhos da Tia Suelen em tudo que faço. E isso faz com que eu me sinta humano, vivo. Até tenho medo de não conseguir escrever, desabafar. Corrijo as letras de fôrma que ela me fez aprender. Ajusto os cantinhos, o tamanho. Não me importo se vai parecer meninice, infantil, ridículo. 


Hoje eu só queria que Tia Suelen voltasse a namorar seus olhos em meus rabiscos. Aos 8 anos, Tia Suelen me chamou em tom agressivo. Vem cá Anso. Eu fui. Como não poderia ir? Naquele exato momento minha vida fazia um sentido enorme: minha vida era o caminho da cadeirinha que eu sentava até a mesa da Tia Suelen. Ela estava chorando. Seus olhos estavam vermelhos. Meu deus, me perdoe. Nunca quis magoá-la, meu pai era Um funcionário público ausente. Me perdoe duas vezes então. Ou não me perdoe, mas escute também isso que preciso dividir com todos. Fiquei confuso. Tia Suelen chorou com minha redação do primário. Ela falou coisas bonitas. Disse que eu era muitas coisas, e a maioria delas só fui entender anos depois. Como uma linda redação poderia fazer chorar? Durante o seu choro, do bolso tirei duas flores (na verdade eram Papoulas) diferentes que achei no jardim e esperava o momento certo para entregá-la. Tia Suelen, não chore. Só piorou. Como é que essas coisas acontecem? Será que Tia Suelen tinha a noção de que ela transformou minha infância em dois rostos? Antes e depois do seu choro. 


Hoje, nem a saudade que entristece foi capaz de me acompanhar. Lembrei que a vida que segui agora é igual aquela posterior ao choro. Sempre lembro que sou o menino que fez Tia Suelen chorar. Eu só lembro das últimas frases que escrevi naquela redação. 


"Meu pai anda sumido por causa do trabalho e ele vive consertando equipamentos que os adultos quebram. Ele está preocupado porque eu brinco e falo sozinho. Meu pai não sabe ouvir meus bonecos: Jaspion e changeman. Meu pai não sabe ouvir o Playmobil. Não estou sozinho, pai. Meu pai não sabe ouvir minha Caminhonete azul que bate e amassa.

Será que meu pai sabe ouvir?"


sábado, 2 de julho de 2011

Pensamentos que aprisionam...


Dizem que na verdade o nada é uma palavra que ainda está esperando tradução. Eu acredito nisso!

E a verdade é que... a gente consegue dizer tanto com uma imagem que aparentemente não quer dizer tanta coisa, não é?





(...)


 Tem dias, que tudo está em paz, e agora os dias são iguais...



sexta-feira, 1 de julho de 2011

Passos que travam e que passam.


Hoje eu abri os olhos sentido saudade do passado. Na verdade, saudade de algumas pessoas do meu passado. Não estou me referindo a um relacionamento passado ou dias de bebedeiras em feriados nacionais. Falo de coisas que vem me tirando o sono, e que me fazem pensar. 

Eu me pergunto em alguns momentos, se sou meio que um museu, pois tenho guardado como se fossem relíquias, lembrando do que antigamente foi alguma coisa e hoje não é mais nada. 

Dias atrás revi rostos antigos. Rostos leves, pesados, magoados, enfadados, forçados, gravados, passados, fracassados! Quando fecho os olhos, lembro de quando tudo era um futuro escuro, mal iluminado! Hoje são passos que vieram e que deveriam ter ido, mas que decidiram ficar em lugar bem no cantinho da memória. 

Então deve ser assim: o tempo todo, todo o tempo terei passos que ficam, que travam e que não passam! Sempre vão existir pernas trêmulas, coração acelerado, mágoas que não passam, momentos pessimistas, mãos frias e molhadas, medo do futuro, uma parte de mim que não volta e que não vai voltar. 

Deixando o mundo completamente decepado!