Eu vim
de um lugar que não existe pressa.
Todo
esse passo lento, torto e meio ofuscado foi tomando forma com o tempo. assim
como a busca pela ausência, a destreza do silêncio, e a maturidade da
solidão...
lá, de
onde vim, também não existe vazio.
Porque
sempre tem alguém na rua sentado na calçada. Tem sempre alguém dentro de casa. O celular nunca deixa de tocar trazendo
boas novas. Phill (o Veras) acorda os domingos com canções. tem sempre um bom
sorriso pra doar, tem sempre uma boa história pra contar. tem sempre chá quente
no fogão. De lá,
eu trago todos os abraços apertados. os sorrisos mais sinceros. a esperança
mais intensa. os sonhos concretos mais cheios de ternuras. E trouxe a única
certeza de amor que tem por lá.
às
vezes eu paro e me pergunto por que decidi vir.
- Acredito que... talvez fosse mais difícil ter
ficado.
- Talvez porque foi preciso.
- Talvez... eu nunca consiga te explicar.
só sei
que, apesar de tristes, chegadas e partidas me trazem sempre uma espécie de
repouso.
e me
acalmam o coração. é como se eu pudesse me reinventar sempre, mesmo que não
seja janeiro.
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